2024-04-26

ADACO: PROBLEMAS DA AGRICULTURA NA REGIÃO - GOVERNO TEM DE TOMAR MEDIDAS

 

Na última Assembleia Geral da ADACO, os agricultores trouxeram os principais problemas que afetam a agricultura no Distrito de Coimbra, sendo aprovado o envio de uma Exposição ao Ministro da Agricultura e Assembleia da República, reclamando a tomada de medidas urgentes.

Os principais problemas são:

 

É URGENTE SALVAR A PRODUÇÃO NACIONAL DE VINHO

Face às importações maciças de vinho espanhol por parte dos armazenistas de vinho, os produtores de vinho do distrito de Coimbra, passam por uma situação de estrangulamento financeiro.

Ainda recentemente um grande armazenista na região centro importou 150 mil litros de vinho espanhol a 35 cêntimos/ litro, preço muito abaixo dos custos de produção, originando que muitos produtores da região, fiquem com milhares de litros de vinho em casa, sem possibilidade de escoamento.

Segundo os produtores, um preço justo de venda na produção terá de andar na casa dos 1,30€/litro.

O Governo tem de criar medidas urgentes para garantir o escoamento da produção nacional, a preçosjustos minimamente compensadores.

 

CORTES NAS AGRO-AMBIENTAIS TÊM DE SER REPOSTOS NA TOTALIDADE

As penalizações pelos cortes brutais em Janeiro de 2024 de 25% na medida da Produção Integrada e de 35% na da Agricultura Biológica, ainda não foram pagos.

Na verdade, até hoje apenas 10% das penalizações foram repostas, quando foi prometido pelo Ministério da Agricultura que haveria reposição na totalidade dos cortes efetuados.

A ADACO reclama do Ministério da Agricultura a reposição urgente nas contas dos agricultores, do total das verbas cortadas.

 

O GOVERNO TEM DE TOMAR MEDIDAS EFETIVAS PARA RESOLVER O GRAVE PROBLEMA DOS PREJUÍZOS CAUSADOS AOS AGRICULTORES PELOS JAVALIS E OUTROS ANIMAIS SELVAGENS

 De facto, é um problema que se arrasta há muito tempo, que atingiu no terreno uma dimensão e um descontrolo total, sem que o ICNF e o Governo tenham tomado as medidas adequadas e eficazes, com a mobilização dos meios públicos para isso indispensável.

Os enormes prejuízos causados aso pequenos e médios agricultores no Distrito de Coimbra, são na sua maioria causados pelo Javalis, mas também nalgumas regiões do distrito, por Veados e Corças.

Há também o perigo real de se precipitarem problemas graves com a (falta de) Sanidade destes animais, com destaque para a peste suína africana a partir dos Javalis.

Apela-se para que haja respostas concretas e imediatas por parte do ICNF e do Governo às seguintes reclamações:

  •  A atribuição de “indemnizações”, de forma expedita e desburocratizada, aos lesados a partir de levantamento de prejuízos, a fazer, designadamente, pelos serviços do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e do ICNF.
  •  O controlo da densidade, da capacidade reprodutiva e da mobilidade das populações destes animais selvagens, com destaque para os Javalis, bem como o controlo do seu estado sanitário. Isso recomenda a elaboração, urgente, mas participada, de “Planos Públicos de Contingência” para esses efeitos com medidas a organizar e a executar pelo Ministério do Ambiente e pelo ICNF, ouvidas as organizações representativas dos agricultores.

O GOVERNO TEM DE TOMAR MEDIDAS PARA DEFENDER A PRODUÇÃO DE MILHO EM PORTUGAL

A situação agravou-se drasticamente porque:

  1. O preço do milho na produção agora ultrapassa os 220€/tonelada; No final de 2022 era vendido a 330€/tonelada ou seja o produtor chega a perder 110€ tonelada no espaço de pouco mais de um ano.
  2. As indústrias da compra do milho estão a recusar receber milho nacional, pois quando contactados dizem que estão a abarrotar de milho; isto acontece fruto das importações mais baratas e desnecessárias.

Reclamamos do Governo:

É urgente que,

  • O Governo crie medidas urgentes para escoamento da produção nacional, a preços justos minimamente compensadores
  •  Que o Governo acione urgentemente os mecanismos Nacionais e Europeus para que a partir de 2024 entre Setembro e Dezembro (altura do escoamento nacional) se façam apenas as importações necessárias de milho, até que a produção nacional seja escoada.

Os elevados preços dos fatores de produção são outro grande obstáculo para os produtores, e não se entende neste momento os elevados preços dos adubos, quando os ingredientes para a fabricação dos mesmos, estão muito mais baratos, como é o exemplo da ureia.

 

Coimbra, 26 de Abril de 2024

P’la Direção da ADACO

Isménio Oliveira

Coordenador