2023-12-11
Cerca de três dezenas de agricultores reunidos no Bebedouro, num encontro convocado pela Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO) com o apoio da Cooperativa Agrícola do Bebedouro, aprovaram o pedido de uma reunião urgente com a Ministra da Agricultura, no sentido da tomada de medidas preventivas por parte do Ministério para que não aconteça em 2024, o que aconteceu neste ano, ou seja, a brutal diminuição dos preços na produção do milho e do arroz, assim como as dificuldades no seu escoamento.O preço do milho na produção não ultrapassa os 220€, quando há um ano era vendido a 335€/tonelada, ou seja, o produtor chega a perder 115€ /tonelada de um ano para o outro.
Os produtores de arroz que no ano passado venderam a 700€/tonelada, agora não ultrapassam os 500€/tonelada, ou seja, estão a perder 200€/tonelada.
Uma situação que não se aceita, quando os consumidores continuam a pagar cada vez mais caros estes produtos, dando como exemplo o arroz, que nos hipermercados ultrapassa o 2€/Kg, quando o produtor o vende a 50 cêntimos o Kg. Ou seja, a distribuição fica com mais de 75% do valor na venda do produto.
Por outro lado, os produtores de arroz são obrigados a semear 120 Kg de semente certificada por cada hectare de arroz, que têm um custo superior a 2€/Kg.
No que toca ao milho embora a situação tenha melhorado no escoamento, ainda existem situações dramáticas de agricultores com o milho em casa, sem possibilidade de o entregarem nas cooperativas.
Isto acontece fruto das importações, principalmente da América do Sul de milho mais barato, pois estão semanalmente a atracar no porto de Aveiro, barcos com milhares de toneladas de milho importado para abastecer os industriais.
É inadmissível que estando a produção nacional sem soluções de escoamento o Governo português permita estas importações.
Os elevados preços dos factores de produção são outro grande obstáculo para os produtores, e não se entende neste momento os elevados preços dos adubos, quando os ingredientes para a fabricação dos mesmos estão muito mais baratos, como é o exemplo da ureia.
Entre outras medidas, os produtores reclamam do Ministério da Agricultura:
1 – Que o Governo accione os mecanismos Nacionais e Europeus para que a partir de 2024 entre Setembro e Dezembro (altura do escoamento nacional) se façam apenas as importações necessárias de milho e de arroz, até que a produção nacional seja escoada.
2 – Que seja criada uma linha de apoio para armazenamento do milho e do arroz.
3 – Controle dos preços dos factores de produção.
A 8 de Dezembro foi pedida a audiência à Ministra da Agricultura.
Coimbra 8 de Dezembro de 2023
P’la Direção da ADACO
Coordenador