2023-03-21
“CAMPOS DO VALE DO PRANTO SALINIZADOS, PRODUTORES DE ARROZ DESESPERADOS”
Dezenas de Agricultores do Vale do Pranto (Figueira da Foz) vão em Manifestação até ao Ministério do Ambiente, sexta-feira, 24 de Março, a partir das 14h00 desde o Jardim do Príncipe Real até à sede do Ministério (Rua do Século), onde, pelas 15h00, uma Delegação da ADACO – Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra e da Junta de Freguesia do Alqueidão vai ser recebida em audiência.
Dada a ausência do Ministro e do Secretário de Estado do Ambiente, que estão fora do país, a Delegação será recebida pela Chefe de Gabinete e pelo Adjunto do Secretário de Estado do Ambiente, Dra. Ana Luis Pimentel e Dr. João Ramos Assunção, respectivamente.
Será entregue uma Exposição sobre a actual situação, abaixo resumida.
Os campos agrícolas do Vale do Pranto são um dos principais pontos de produção nacional de arroz, designadamente arroz carolino, com cerca de 2000 hectares.
Aliás o arroz produzido na Vale do Pranto é considerado o melhor carolino da Europa.
A falta de regularização das águas afecta gravemente a produção de arroz no Vale do Pranto.
É o caso da foz do Rio Pranto, que desagua no Rio Mondego, perto do Alqueidão, onde, quando há maré alta, e como a cota do afluente é mais baixa, as águas salgadas entram no Rio Pranto e afectam os campos de arroz.
Para obviar a essa situação, foram construídas, há várias décadas, as comportas da Maria da Mata e do Alvo, perto da estação de bombagem no Alqueidão, que impediam a entrada das águas salgadas em caso de maré alta.
As comportas da Maria da Mata deixaram de funcionar há quase 4 anos e as do Alvo embora funcionem estão de tal maneira deterioradas que deixam passar uma grande quantidade de água salgada.
Esta situação faz com que as águas salgadas se infiltrem nos campos, com o arroz na floração a ser queimado pelo sal; com os produtores a perderem 25% e mais da sua produção anual, além dos atrasos que muitas vezes provoca na realização das culturas.
Os agricultores não podem ficar à espera de um projecto para construir novas comportas daqui a 4 ou 5 anos, pois neste momento já estão a fazer a produção de arroz com prejuízo devido à baixa produtividade, com muitos a abandonarem a actividade.
É urgente que sejam realizadas de imediato as obras para a instalação de comportas no Rio Pranto, para impedir a entrada de água salgada naquele afluente do Rio Mondego, e que posteriormente se infiltre nos campos de arroz.
Coimbra, 21 de Março de 2023