2021-12-02

La Via Campesina celebra a sua transição política para a Europa

Seguindo o princípio de rotatividade em todos os continentes, o Secretariado Operacional Internacional de La Via Campesina (LVC), um movimento global que representa cerca de 200 milhões de camponeses em todo o mundo, foi acolhido pela Coordenadora Europeia Via Campesina (ECVC) e passa a estar sediado em Bagnolet (Paris), França, na sede da organização membro Confédération Paysanne.

Com esta transição, Morgan Ody, agricultora francesa da região da Bretanha, assume a Coordenação Geral da LVC, anteriormente de Elizabeth Mpofu (Harare, Zimbábue).

A presença do Secretariado Operacional Internacional LVC na França reforçará o trabalho realizado pela ECVC na Europa e pelas suas organizações membro nos diferentes países, como é o caso da CNA em Portugal. 

A ECVC espera que a chegada do Secretariado Operacional de um movimento global tão fortemente comprometido com a agroecologia e a Soberania Alimentar seja uma oportunidade para garantir soluções verdadeiramente sustentáveis para os pequenos agricultores e que se reflictam nas políticas implementadas a nível internacional, europeu e nacional, nomeadamente, com a pressão sobre as instituições para colocarem fim aos Tratados de Livre Comércio, aplicarem a regulação de mercado que garanta preços justos e garantias de acesso à terra para os pequenos e médios agricultores.

Como Morgan Ody afirmou durante a cerimónia de transição do Secretariado realizada em Bagnolet em 30 de Novembro de 2021, os camponeses são a chave para construir um futuro baseado na justiça social: preços justos para os produtores e salários justos para os trabalhadores rurais, harmonia com o ambiente natural, solidariedade internacional, igualdade e dignidade.

“Nós, os camponeses, os povos indígenas, as mulheres rurais, os trabalhadores agrícolas, os jovens de nossas áreas rurais, produzimos revivendo a biodiversidade e emitindo pouquíssimos gases de efeito estufa: agropecuária mista, como a pastorícia ou a agrossilvicultura tradicional, são modelos de economia de energia, captura de carbono e manutenção de ambientes ricos em diversidade silvestre e cultivada. Assim, com o nosso saber-fazer e habilidades, a agricultura camponesa alimenta mais de 70% da população mundial com menos de 30% dos recursos produtivos”.

Unidos pela Soberania Alimentar, as regiões e os membros da Via Campesina, da qual a CNA faz parte, continuarão a trabalhar para garantir que os direitos humanos de todos aqueles que vivem e trabalham no campo sejam respeitados, para o bem do planeta e da população.