2021-11-17

ADACO envia exposição sobre problemas relacionados com os produtores de arroz e de milho no Baixo Mondego

A Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO) enviou uma exposição à Ministra da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática, onde expõe os problemas que os produtores de arroz e de milho no Baixo Mondego enfrentam, reclamando por medidas. 

 

Para:

Exma. Senhora Ministra da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural

Exmo. Senhor Ministro do Ambiente e da Ação Climática

C/C:

APA – Agência Portuguesa do Ambiente

DRAPC – Direção Regional da Agricultura do Centro

Associação de Beneficiários da Obra Hidro-agrícola do Baixo Mondego

 

Excelências:

Baixo Mondego – Arroz

Nos últimos 5 anos foi notória a falta de água para a cultura do Arroz no Baixo Mondego, principalmente no Vale do Pranto e do Arunca.

A este problema somou-se a dificuldade do controlo de pragas, infestantes e doenças.

O resultado foi de que no Baixo Mondego, de uma média de 6 toneladas/hectare até há 5/6 anos atrás, passou-se para um rendimento máximo de 5 toneladas/hectare, pondo em causa a sobrevivência do sector.

A somar a tudo isto, neste ano de 2021, nos 2 meses principais da maturação do arroz (Julho e Agosto) as temperaturas máximas abaixo do normal para a época do ano, originaram fraca maturação do arroz, tendo como consequência no Baixo Mondego, uma colheita com perda na produção média entre os 25% e os 30%.

 

Baixo Mondego – Milho

Os produtores de milho foram bastante afectados com o mau tempo verificado nos dias 13, 14 e 15 de Setembro deste ano.

Embora na primeira quinzena de Novembro a melhoria das condições climatéricas tenha levado à recuperação de alguma produção na área afectada, há ainda muitos produtores com grandes prejuízos.

 

A ADACO reclama as seguintes medidas:

1 – Tomada de medidas por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e da Associação de Beneficiários do Baixo Mondego, no sentido de um abastecimento suficiente de água aos orizicultores (principalmente do Vale do Pranto e do Arunca), para que possam fazer a sua cultura sem sobressaltos pela falta de água;

2 – De forma a mitigar o efeito do aumento brutal dos custos com a energia será importante por um lado aumentar o desconto previsto no gasóleo agrícola e por outro regulamentar e aplicar a medida decida pela Assembleia da Républica, dedicada à comparticipação dos custos com a electricidade;

3 – Ao nível das ajudas é muito importante proceder ao reforço do pagamento ligado do arroz;

4 – Interromper o processo de uniformização dos pagamentos dos direitos do Regime de Pagamento Único, que leva a uma redução muito grande do valor das ajudas no sector do arroz. Aplicar essa uniformização apenas em 2026;

5 – No milho e restantes cereais será necessária uma ajuda a este tipo de produções, que apoie todos os produtores, independentemente da produtividade das suas terras.

 

Coimbra 17 de Novembro de 2021

A Direcção da ADACO

EXPOSIÇÂO