É com profundo pesar que a Direcção da Confederação Nacional da Agricultura – CNA comunica o falecimento da Drª Maria Alcina Noronha da Costa Fernandes, membro do Conselho Fiscal da CNA.

A Alcina, como a tratávamos, desde há 45 anos, foi uma dedicada defensora da organização da Agricultura Familiar.

Com ela edificámos uma inabalável amizade construída na luta pelos direitos dos pequenos e médios agricultores e rendeiros.

Desde jovem, quando era recente advogada, dedicou-se à criação do MARN-Beiras, à organização e à luta pelos direitos dos rendeiros, direitos alcançados com o 25 de Abril e que, posteriormente, sucessivos governos afrontaram.

A Alcina, juntamente com outros dedicados quadros camponeses, teve um papel insubstituível na mobilização das Organizações que, em 26 de Fevereiro de 1978, em Coimbra, fundaram a Confederação Nacional da Agricultura, a CNA.

Ao longo de todos estes anos foi uma valiosa apoiante da CNA, com uma constante ligação e um sentido conhecimento da vida difícil de quem precisa da terra para viver e, com o seu trabalho, nos alimenta, participou em diversos debates, nomeadamente sobre o Estatuto da Agricultura Familiar Portuguesa, prestou-nos inestimável apoio jurídico e a ela devemos a base dos actuais Estatutos da CNA.

A Alcina, que na luta dos pequenos e médios agricultores e rendeiros correu o país de lés a lés, continua connosco, dizendo que é preciso continuar o caminho para ver consagrados e cumpridos os direitos da Agricultura Familiar e a soberania alimentar do nosso país.

Ao Lino Zé, companheiro de toda a vida, aos seus filhos Gustavo e Joana e demais familiares, a Direcção da CNA apresenta as suas sinceras condolências.

Até sempre, Alcina!

A Direcção da CNA

Alcina Fernandes numa Assembleia do MARN-Beiras, Movimento de Rendeiros que esteve na génese da CNA

Na foto de topo, numa reunião do MARN-Beiras no Fontelo – Viseu