2021-04-13

No Dia Internacional da Luta Camponesa a CEVC afirma que: A Europa precisa de mais agricultores

Na semana que antecede o Dia Internacional da Luta Camponesa (#17Abril2021), a Coordenadora Europeia Via Campesina (CEVC) reafirma que a Europa precisa de mais agricultores para alcançar sistemas alimentares verdadeiramente sustentáveis e desafia os políticos, o público em geral e os agricultores a aprofundar o seu conhecimento sobre Soberania Alimentar.

Actualmente, a cadeia alimentar industrial usa pelo menos 75% dos recursos agrícolas mundiais e é uma grande fonte de emissões de gases de efeito estufa, mas fornece alimentos apenas para menos de 30% da população mundial. Um sistema alimentar sustentável precisa de mais agricultores familiares e não de concentração de poder, como agora acontece, e de controlo da terra, fazendo com que os agricultores não consigam ter um rendimento justo e digno, privando os cidadãos da União Europeia (UE) de alimentos frescos, saudáveis, de qualidade, de origem local e acessíveis.

Ao longo desta semana, a CEVC demonstra o papel fundamental dos pequenos e médios agricultores familiares na resolução das actuais crises sociais, ambientais e alimentares. Este papel é especialmente relevante no contexto do envelhecimento da população de agricultores europeus e da pandemia de COVID-19, que fez sobressair a fragilidade da cadeia de abastecimento alimentar global.

Andoni García Arriola, membro da CEVC, entende que o Dia Internacional da Luta Camponesa deve enaltecer a importância da segurança alimentar e a preocupante falta de Soberania Alimentar que existem no sistema actual.

“Não é possível preservar a biodiversidade, enfrentar as alterações climáticas e ao mesmo tempo alimentar o continente com alimentos frescos, saudáveis, locais, nutritivos e seguros, enquanto as decisões políticas das nossas instituições promovem modelos baseados no agro-negócio e na produtividade acima da saúde e da sustentabilidade.”

Por sua vez, Morgan Ody, também membro do Comité de Coordenador da CEVC, exigiu que “a UE deve apoiar as pequenas e médias explorações agrícolas e promover a instalação de mais agricultores familiares na agricultura europeia através de medidas concretas no Pacto Verde, na Estratégia “Do Prado ao Prato” e na PAC” e deixar de favorecer a agricultura industrial em grande escala e voltada para a exportação.