Na quinta-feira passada, 11 de Março, a CNA reuniu com a ONG brasileira FASE – Solidariedade e Educação, para analisar os potenciais impactos negativos do acordo UE – MERCOSUL, actualmente ainda em discussão no seio da União Europeia. 

Nesta reunião, a FASE reiterou as preocupações expressas na “Carta da Frente de Organizações da Sociedade Civil Brasileira contra o Acordo MERCOSUL – UE”, documento subscrito por mais de uma centena de organizações brasileiras. Estas preocupações centram-se nos previsíveis danos ambientais sobre ecossistemas como a Amazónia e o Cerrado brasileiro, na delapidação de matérias-primas, nos riscos para a segurança alimentar, com o aumento de uso e consumo de agroquímicos, e nas consequências sociais decorrentes da facilitação do acesso aos recursos num quadro institucional fragilizado. 

A CNA expressou as suas preocupações com os possíveis danos ambientais e sociais de ambos os lados do Atlântico, nomeadamente os decorrentes da entrada sem limites de produtos agrícolas oriundos do MERCOSUL, sem garantias ambientais, sanitárias ou sociais, e a baixos preços, contribuindo para esmagar ainda mais os pequenos e médios agricultores europeus, nomeadamente os portugueses. 

Ambas as organizações convergiram na necessidade de intensificar a intervenção contra a adopção deste acordo, nos espaços institucionais e nas frentes de luta em que participam. 

Face às preocupações que este acordo levanta, em Setembro de 2020, a CNA subscreveu uma Declaração Conjunta, com mais de 40 organizações de agricultoras e agricultores familiares de 14 países, num apelo aos Governos dos países europeus para rejeitarem o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.